A Praia

A minha namorada começou a medo a tirar apenas a parte de cima do bikini, e rapidamente se sentiu bem mas não tirou a parte de baixo, isso aconteceu muito depois, mas já é óptimo ela ter querido ir comigo e aceitar, também ela em praticar, mesmo que para já não tire tudo. Mas a praia da Bela Vista tem um problema, tem muito poucas famílias a frequentar, pelo que acaba por ter um ambiente um pouco diferente, mais adulto se quisermos ser simpáticos. E é pena pois penso que as famílias têm de reconquistar aquele espaço enorme e bonito.
Outras areias
Mas nós não ficamos por aqui, fomos à procura de outras praias que nos fizessem sentir bem e com um espírito livre, não fomos a muitas mais, pois não tivemos muitas oportunidades, mas gostava de referir que fomos à mais famosa aqui na zona, pelo menos a que sempre ouvi desde miúdo, a praia do Meco. Deixem que lhes diga fiquei desiludido… bastante até, a praia é um bocado distante, depois chegamos lá e o mar é muito bravo e aparentemente, pelo que me disseram, eu apanhei um dia onde o ambiente naturista era quase inexistente. Mas foi mais uma experiência, apesar de mesmo assim o estar a praticar naturismo tornou a praia bem mais agradável, pois o contacto com a natureza é sempre bom, dando até para eu fazer um pouco de Yoga, de tão vazia estava a praia.
O pequeno paraíso
Mas sendo eu teimoso e querendo ajudar a minha namorada a apreciar mais o naturismo, descobrindo uma praia que ela goste de verdade, investiguei e descobri a praia da Ursa. Lá fomos à aventura, chegamos lá e comecei a pensar, mas onde está a dita praia? Olhamos um para o outro e pensamos que só poderia ser engano, pois a descida parecia, a cada paço que dávamos, que ficava cada vez mais a pique e que íamos cair dali a baixo, mas a cada paço lá se ia descobrindo o caminho certo e depois estar ali a descer em direcção ao mar, sentir o vento na cara, quase parecia uma aventura. Vamos descendo, conquistando o caminho e chegamos finalmente. Mal metemos os pés na areia sentimos que estamos num sitio especial. Quase ninguém lá está, metade das pessoas que lá estão também praticavam naturismo, e não admira é mesmo o ambiente ideal para a prática. Até a minha namorada, que ainda nunca tinha tirado a parte de baixo tirou e vi, de repente, uma felicidade na sua cara e no seu olhar que ainda nunca tinha visto em 8 anos de relação, ai pois é, e isto tudo só pelo facto de ela se sentir bem, livre em contacto com a natureza e comigo. De uma forma muito diferente do que tínhamos sentido até agora. Ambos concordamos que o caminho é difícil, mas vale muito a pena ir lá. Á tarde chegou bastante gente, incluindo uma família de ingleses que ao verem que estávamos a praticar naturismo também tiraram a roupa ficando mais os seus filhos unidos e felizes por encontrarem aquele pequeno canto de areia, que tantas alegrias dá. Foi clara a alegria da família, uma alegria proporcionada pela relação deles com a natureza, com a liberdade de pensamento, ideal para o desenvolvimento das crianças, tal como de todos nós. A subida é longa mas o que fica de mais negro é mesmo o dizer adeus a esta praia, que quero visitar muitas e muitas vezes.
Texto e fotos Pedro dos Santos
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