“High Five”

Fui a praia da Adiça com uma colega e amiga de trabalho e depois? Vejo muitas vezes pessoas, que se chamam de “naturistas”, com vergonha dos colegas de trabalho, pois bem, se tiverem colegas de trabalho que também sejam praticantes do nudismo, é aproveitar, pois como em tudo o que é verdadeiro nada mais é do que estarmos juntos na presença de nós mesmos. Eu também tive receio, não vou dizer que não, mas assim que chegámos á praia e tirámos a roupa, vi que nada de mais ali se passava do que uma amizade e cumplicidade de quem aprecia a natureza e o contacto humano. Apreciei e muito a nossa simplicidade de pensamentos, onde falámos de nós e do dia a dia , sem pensar que estávamos despidos um em frente ao outro, porque quem me lê sabe, que para mim, estar nu em frente a alguém, não é tirar a roupa, mas sim falar e abrir o nosso coração e espírito a outra pessoa. E isso já tinha feito com a minha amiga antes. Apreciei e muito a verdade da nossa amizade, ao estarmos a mergulhar na agua quente, de um dia de grande calor, felizes demos um “high five” que só queria dizer ainda bem que estamos de folga e aqui a apreciar este mar, estas dunas e esta paisagem, que ainda vai sobrevivendo, a custo diga-se, da intervenção humana. Mas assim vi que o verdadeiro espírito naturista existe, não que já não o tivesse vivido, mas desta vez vivi ainda mais, pois o facto de estarmos nus nada mais significou, do que sermos nós próprios, ali livres. Vi sim que tinha ali uma amiga de verdade, sem malícia e com um espírito livre, como as gaivotas que por ali circulavam, seguindo os pescadores, naquela bela praia, da Adiça…
Recomendo a todos  irem com amigos, se eles quiserem praticar juntos e verão que nada de mais tem a prática do nudismo, num mundo maior que é o naturismo. E num mundo cheio de restrições e malícia, ter uns momentos livres de ambos é o melhor que se pode ter. 

Pedro dos Santos