sábado, 7 de novembro de 2009

Conheça a Mata dos Medos e o seu problema actual!

A Mata Nacional dos Medos ou Pinhal do Rei é uma RESERVA BOTÂNICA na área de PAISAGEM PROTEGIDA da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.
Foi criada por ordem régia de D. João V, no alto da arriba, para travar o avanço das areias sobre os terrenos de cultura do interior: medo, o m. q. médão, s. m. monte de areia ao longo das praias. (Do Castelhano médano).



Esta reserva botânica, riquíssima em termos biológicos, é bastante procurada devido às óptimas condições de recreio, lazer e desporto que proporciona, sendo sobejamente conhecida e apreciada pela população local, pelos veraneantes e pelos praticantes de desportos radicais, em especial o parapente [in portal da Câmara Municipal de Almada].
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Com cerca de 338 hectares, constitui uma das primeiras áreas com estatuto de protecção no nosso País. De facto, foi inicialmente classificada como Reserva Botânica em 1971 (Decreto-Lei 444/71, 23 Outubro) - pelo seu grande interesse botânico e paisagístico que justifica a sua defesa e conservação integrais - e mais tarde integrada na Paisagem Protegida.
O andar arbóreo é dominado pelo Pinheiro manso (Pinus pinea), com alguns Pinheiros bravos (Pinus pinaster) e de Alepo (Pinus halepensis). No sub-bosque destaca-se o Zimbro (Juniperus turbinata), também designado como Sabina-das-praias (Juniperus phoenicea), com exemplares de porte notável que atingem os 8 metros de altura - o que equivale grosso modo a um prédio de três pisos.
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Convém não esquecer que Reserva Botânica significa um valiosíssimo património em termos de biodiversidade, não só vegetal como também animal, que não é traduzível em cifrões!


A Mata dos Medos inclui-se ainda na RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL - zona de máxima permeabilidade, com solos de dunas consolidadas pela vegetação, de elevada sensibilidade ecológica - e é abrangida pela classificação de dois tipos de HABITATS PRIORITÁRIOS em termos de Conservação da Natureza (Directiva Comunitária 92/43/CEE, 21 Maio): Dunas litorais com Juniperus spp e Dunas com florestas de Pinus pinea e Pinus pinaster.
Fontes: Folheto informativo Mata dos Medos, Conhecer para Preservar. Centro de Arqueologia de Almada, Jul'08 [in www.cienciaviva.pt].
Parecer sobre a Estrada Regional 377-2 – Costa da Caparica/Nova Vaga/IC32. Liga para a Protecção da Natureza, Abr'08.

Pois é exactamente através desta Mata que se pretende lançar um troço de uma nova via rápida com quatro faixas de rodagem e vedada com rede de malha - Estrada Regional (ER) 377-2, integrada no Plano Estratégico POLIS da Costa de Caparica, com a aprovação do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade - e isto apesar de o respectivo Estudo de Impacto Ambiental admitir que a estrada vai gerar impactos negativos muito significativos e não minimizáveis.

Vamos conhecer melhor o projecto:
É exactamente através desta Mata que se pretende lançar um troço de uma nova via rápida com quatro faixas de rodagem e vedada com rede de malha - Estrada Regional (ER) 377-2, integrada no Plano Estratégico POLIS da Costa de Caparica, com a aprovação do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade - e isto apesar de o respectivo Estudo de Impacto Ambiental admitir que a estrada vai gerar impactos negativos muito significativos e não minimizáveis...



 Já em Março deste ano, o blogue Almada Terra Portuguesa denunciava este crime ambiental no postal Mata dos Medos - Estrada vai arrasar fauna e floresta de Zona Protegida, expondo as razões que lhe são subjacentes na opinião dos objectores na consulta pública do projecto.
Ainda de acordo com o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), na Planta de Síntese de Condicionantes, a área remanescente entre a Alternativa e as casas está reservada a zonas urbanas e urbanizáveis."A estrada tornou-
se uma grande negociata. O ordenamento está forçosamente feito com encomendas urbanísticas"...
Pouco tempo depois, em Abril deste ano, um outro blogue - almadanada - publica diversos postais expondo a situação, entre os quais se destaca o intitulado Câmara de Almada e Ministério do Ambiente Juntos Na Luta da Destruição Ambiental, onde se descrevem quase exaustivamente todos os malefícios desta obra, demonstrando claramente a enormidade do crime ambiental que será perpetrado.


Parques de Campismo localizados eles mesmos no interior da própria PPAFCC com o pretexto de "preservar" a referida Mata, embora tal justificação vá «ROUBAR» À VOLTA DE 50 000 m2 à Erserva Botânica da Mata Nacional dos Medos. Metade para a nova via e a outra metade remanescente para "Zonas Urbanizáveis", tal como consta no PDM da CMAlmada. Esta parte da Mata Nacional do Medos é classificada um estudo encomendado pela própria C.M.Almada à Faculdade de Ciências de Lisboa, como uma zona de "Pinhal Original". ... deslocalização dos parques de campismo previstos que saem de uma zona de acacial ameaçada pelo avanço do mar, para onde o POLIS já prevê 3 Hotéis, e uma vasta zona urbanizável, ... Estes parques estão dimensionados para uma população contígua de 16 320 (?!) que irá localizar-se muito longe da praia para um acesso pedonal dos utentes e destruir outra zona verde importante, o Pinhal do Inglês que se encontra localizado adentro dos limites da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica ...a zona remanescente de 24 500m2, entre a Alternativa e as casas poderá ficará afecta pelo PDM de Almada, não à Reserva Botânica mas sim a “Zonas Urbanas e Urbanizáveis” ... com custos zero para a C.M. Almada, a apropriação da mata para os usos que lhe pretende dar há muitos anos...urbanizar. «Salvar a Mancha mais nobre da Mata dos Medos. Os velhos pinheiros mansos que nos contemplam, esperam que não os abandonemos, eles que resistiram ao longo de dois séculos a tantas tempestades e nunca atingidos foram por incêndios , se vejam a breve prazo , sequencialmente , ANIQUILADOS EM 5 MIN POR UMA MOTOSERRA E POR INTERESSES QUE NADA TÊM A VER COM A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ».

O "negócio" do parque de campismo é o mais imediatamente identificável, tendo o seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sido realizado pela empresa internacional Environmental Resources Management (ERM) no âmbito do programa Polis. Pode descarregar aqui o Resumo Não Técnico do estudo, ou, se preferir a linguagem técnica, o Relatório Síntese respectivo.
Nota: A empresa ERM vem referida aqui: - Slush Funds, Corrupt Consultants and Bidding for Bank Busines - e aqui: - Fuelling Conflict - em termos que colocam muitas duvidas sobre a sua isenção.

Apesar de não serem minhas palavras que aqui meto, meto e é o meu primeiro post, porque acho que é mesmo importante espalhar esta mensagem.





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